O estigma em palavras: Vamos parar de falar Mal de Alzheimer?

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  • O uso preciso da linguagem é sempre bem-vindo, especialmente quando se trata de uma condição de saúde. As palavras têm o poder não só de informar, mas também de influenciar atitudes e percepções.

    Quando usamos “Doença de Alzheimer” em vez de “Mal de Alzheimer”, estamos fazendo mais do que uma simples escolha de palavras, estamos construindo uma abordagem mais respeitosa e que contribui para desestigmatizar a doença.

    “Mal” é um termo carregado de negatividade e historicamente utilizado para descrever algo ruim ou nocivo, muitas vezes sem possibilidade de salvação. Ao associar “mal” a uma condição médica como o Alzheimer, reforça-se inadvertidamente o estigma, sugerindo que as pessoas que vivem com essa doença estão de alguma forma irremediavelmente perdidas ou são uma causa de infortúnio. Assim a linguagem pode alimentar a desinformação, o medo e a discriminação.

    Em contraste, a expressão “Doença de Alzheimer”, ou simplesmente “Alzheimer”, reflete uma compreensão médica e científica da condição. É descritiva e neutra, reconhecendo o Alzheimer como uma doença que pode e deve ser abordada com compaixão e pesquisa científica contínua. Esse termo favorece uma visão mais humana e empática, promovendo a conscientização e a compreensão de que aqueles que recebem esse diagnóstico merecem apoio, respeito e dignidade.

    Todos nós, mas principalmente profissionais de saúde, jornalistas e comunicadores em geral,  além dos formuladores de políticas públicas, devemos adotar uma linguagem que respeite as pessoas que vivem com Alzheimer ou outra demência. O poder de impacto da mídia na percepção da sociedade é imenso, portanto é preciso ser responsável  e usar termos que informem corretamente sem perpetuar preconceitos ou estigmas. Ao escolher palavras cuidadosamente, desempenhamos um papel vital na educação do público e na promoção de uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.

    Portanto, é um apelo a todos, especialmente aos profissionais que trabalham com a palavra, para que escolham termos que reflitam respeito e precisão. Optar por “Doença de Alzheimer” é um passo simples, mas poderoso, para combater o estigma e encorajar um diálogo mais positivo em torno dessa condição médica.

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