Com apoio da Febraz, pesquisa brasileira busca novos tratamentos para Alzheimer

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  • A doença de Alzheimer (DA) é uma condição que faz parte da vida de  mais de 35,6 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde e é uma das principais causas de demência entre os idosos. À medida que a população envelhece, o número de pessoas com Alzheimer aumenta significativamente, tornando-se um desafio urgente para a saúde pública global.

    Diante dessa necessidade, o projeto “Identificação de alvos farmacológicos e marcadores prognósticos para a doença de Alzheimer baseado na reanálise de dados transcriptômicos públicos através de tecnologias analíticas baseadas em Inteligência Artificial” oferece uma nova esperança. A Febraz declarou formalmente o apoio ao trabalho de pesquisa.

    O projeto é liderado pelo Prof. Dr. Rodrigo Pinheiro Araldi e realizado pelo doutorando MSc. Danilo Dias da Silva, com colaboração do Prof. Dr. João Rafael Dias Pinto. A pesquisa está em curso na Universidade Federal de São Paulo, sendo realizada pela equipe da BioDecision Analytics.

    Usando técnicas modernas de análise de dados, como Inteligência Artificial e aprendizado de máquina, os pesquisadores irão revisar e explorar grandes quantidades de informações genéticas disponíveis publicamente, chamados dados transcriptômicos. O foco é descobrir novos possíveis alvos para medicamentos e indicadores biológicos que ajudem na prevenção, diagnóstico e tratamento do Alzheimer.

    Compreendendo os fundamentos da pesquisa

    O que são dados transcriptômicos?
    Dados transcriptômicos são informações obtidas por meio de uma técnica chamada sequenciamento de RNA (RNA-Seq). Neste método, o RNA é primeiro transformado em uma forma de DNA chamada DNA complementar (cDNA). Depois, este DNA é analisado para identificar quais tipos de RNA estão presentes em uma amostra. Essa análise ajuda a entender quais genes estão ativos e como eles se comportam sob diferentes condições de saúde, mostrando quais estão trabalhando mais ou menos em determinadas situações.

    O que é RNA?

    O RNA é uma molécula fundamental que atua como um intermediário entre o DNA, que contém as instruções genéticas, e as proteínas, que realizam funções essenciais no corpo. O RNA não só ajuda a formar proteínas, mas também desempenha um papel crucial na regulação de quais genes são ativos em diferentes momentos. Além disso, o RNA é usado em tecnologias avançadas, como as vacinas de mRNA para a COVID-19, onde ele instrui as células a produzirem proteínas que desencadeiam uma resposta imune.

    Objetivos do Projeto

    Neste sentido, a BioDecision Analytics desenvolveu uma tecnologia inovadora que permite analisar e reanalisar dados transcriptômicos disponíveis em repositórios. Esta tecnologia já foi empregada com sucesso no maior estudo já realizado sobre a doença neurodegenerativa de Huntington (doença modelo para o estudo de diferentes demências), identificando pela primeira vez alvos terapêuticos para o tratamento da doença. Usando esta mesma tecnologia, a BioDecision deu início ao maior estudo transcriptômico já realizado sobre a doença de Alzheimer. Este estudo, apoiado pela Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz), permitirá identificar alvos prognósticos e terapêuticos de forma acurada, trazendo novas perspectivas para o tratamento da doença de Alzheimer. “O apoio da Febraz para este estudo é fundamental para que possamos manter um canal de comunicação direta com pacientes, familiares, médicos e a comunidade científica, garantindo a transparência dos resultados”, explica Danilo Dias da Silva.

    Por que a Febraz apoia o estudo

    Compreender a doença de Alzheimer e encontrar novas maneiras de tratá-la é decisivo já que as opções atuais de tratamento são limitadas e não interrompem a progressão da doença. Ampliar o investimento em pesquisa é essencial e urgente. Este estudo busca não só avançar no conhecimento científico mas também oferecer novas estratégias terapêuticas que podem transformar a vida dos pacientes com Alzheimer, utilizando uma combinação inovadora de bioinformática, genética e aprendizado de máquina para maximizar o uso de dados disponíveis. A dedicação da comunidade científica e a participação ativa da sociedade civil, nos permitem renovar a esperança e vislumbrar um futuro em que as pessoas que vivem com Alzheimer sejam cuidadas com mais recursos.