Por que “diagnóstico precoce” não se aplica à Doença de Alzheimer?

Federação Brasileira das Associações de Alzheimer

Por que “diagnóstico precoce” não se aplica à Doença de Alzheimer?

Quando falamos sobre Alzheimer, é comum ouvir a expressão “diagnóstico precoce”. No entanto, os especialistas preferem usar o termo “diagnóstico em tempo oportuno” para explicar o momento ideal de identificar a doença. A diferença entre esses termos pode parecer sutil, mas é muito importante para quem vive com Alzheimer e suas famílias. Isso acontece por alguns motivos importantes, tanto sobre as limitações da medicina quanto sobre o impacto emocional dessa descoberta.

Primeiro, a medicina atual ainda enfrenta dificuldades em detectar o Alzheimer de forma precisa quando ele está em seus estágios muito iniciais, antes que os sintomas se manifestem de forma clara. Embora existam avanços em exames de imagem e biomarcadores, como testes de líquido cefalorraquidiano e neuroimagem, esses métodos ainda não são amplamente acessíveis e não garantem um diagnóstico definitivo. Isso significa que detectar o Alzheimer antes dos sintomas mais evidentes pode ser um desafio, e muitas vezes os primeiros sinais, como esquecimentos leves, são confundidos com o processo natural de envelhecimento .

Além disso, o termo “diagnóstico precoce” pode criar expectativas irrealistas e até mesmo causar ansiedade em pacientes e familiares, especialmente quando não há cura para a doença. Identificar o Alzheimer muito cedo, sem um plano de suporte e tratamento adequado, pode trazer mais preocupação do que benefícios, já que os tratamentos atuais visam apenas desacelerar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Por isso, os especialistas falam em “diagnóstico em tempo oportuno”, que significa identificar a doença no momento certo, quando os tratamentos e o suporte podem realmente fazer a diferença. Isso possibilita que o paciente e a família planejem os cuidados e se preparem para enfrentar a doença, garantindo um acompanhamento médico e emocional mais adequado. O objetivo é oferecer um equilíbrio entre a detecção da doença e a preparação para lidar com seus efeitos, promovendo um cuidado mais humano e eficaz.

Embora a ciência esteja avançando para tentar detectar o Alzheimer o mais cedo possível, é importante lembrar que o diagnóstico deve ser feito no momento certo para beneficiar realmente o paciente e sua família. Assim, o foco é garantir um cuidado adequado, sem pressões desnecessárias e respeitando as possibilidades de cada etapa da doença.

2º Episódio – Como dar a atenção necessária a quem tem demência sem anular a própria vida

No segundo episódio, Drauzio Varella destacou as dificuldades enfrentadas pelos cuidadores familiares. A série deu voz a histórias como a de Beatriz, que largou seu emprego para cuidar da mãe, Jurema, e de Cristina, que documentou em redes sociais o cotidiano de cuidados com o pai, Aroldo. Elaine Mateus chamou a atenção para a solidão enfrentada pelas parceiras e parceiros de cuidado por conta da falta de suporte no Brasil.

3º EpisódioSaiba como terapias de estimulação cognitiva, social e afetiva ajudam a manter pessoas com demência socialmente ativas


No terceiro e último episódio, a série abordou os tratamentos não farmacológicos que ajudam a manter pessoas com demência socialmente ativas, como as terapias de estimulação cognitiva, social e afetiva oferecidas pelo Instituto Não Me Esqueças. Esses tratamentos contribuem para preservar a autonomia dos pacientes e retardar os impactos da doença. “A estimulação cognitiva oferece benefícios reais e permite que as pessoas convivam de forma mais ativa e integrada à sociedade”, afirmou Elaine.

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, também foi ouvida pelo Fantástico e questionada sobre a necessidade de apresentar soluções para as necessidades das pessoas que vivem com demências e seus familiares. A Política Nacional em Demências foi instituída por lei neste ano, mas ainda não implementada. A ministra disse que o governo está estudando medidas para apoiar os cuidadores não profissionais, que representam 80% do total e, em sua maioria, exercem o papel de forma voluntária.

A Febraz agradece ao Dr. Drauzio Varella e toda a equipe do Fantástico por mostrar os desafios da vida com Alzheimer no Brasil. A audiência do Fantástico tem um alcance de 33 milhões de pessoas a cada domingo. Esperamos ver a mídia cada vez mais abrindo espaço editorial para falar sobre as demências e contribuir para que elas se tornem prioridade em saúde pública em nosso país.

Setembro Lilás – Campanha Mês Mundial de Alzheimer 2024

setembrolilas.org.br.

Data: 1 a 30 de setembro
Realização: Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz)
Parceiros: ABRAz, APAZ, CDD, IAB, INME
Patrocínio Diamante: Novo Nordisk
Patrocínio Prata: Lilly
Apoio: Walking The Talk for Dementia