MusicalMente: Os benefícios da musicoterapia para quem vive com Doença de Alzheimer

Federação Brasileira das Associações de Alzheimer

Uma canção pode despertar emoções, reativar lembranças e fortalecer conexões. No Instituto Não Me Esqueças, em Londrina (PR), essa ideia guia um projeto inovador. O MusicalMente utiliza a música como ferramenta terapêutica para estimular a cognição e melhorar a qualidade de vida de pessoas com Alzheimer.

O grande diferencial são as sessões personalizadas, adaptadas às preferências musicais de cada participante, o projeto tem ajudado famílias a aprender novas formas de comunicação e interação, criando momentos de acolhimento e bem-estar.

Agora, em seu segundo ano, financiado pelo Itaú Viver Mais, via Fundo Municipal do Idoso, o MusicalMente expande suas atividades. Além das sessões semanais em grupo que já beneficiam 30 famílias na sede da instituição, o programa oferece atendimento domiciliar para outras 10 famílias. A equipe do INME também está iniciando o treinamento de profissionais de duas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), ampliando o alcance da musicoterapia como estratégia de reabilitação e bem-estar.

Na apresentação do projeto, o INME lembra que estudos de neuroimagem funcional demonstram que a música ativa múltiplas áreas do cérebro, despertando respostas emocionais e auxiliando na estimulação cognitiva, mesmo em estágios avançados da doença. Além disso, contribui para reduzir a agitação e a ansiedade.

A musicoterapeuta Luzimara Almudi Lobo dos Santos, conta que a receptividade tem sido excelente e as famílias já experimentam muitos benefícios. “A música estimula a cognição, incentiva a movimentação corporal e eleva a qualidade do cuidado. Nós compartilhamos orientações práticas para que quem cuida possa integrar a música no cotidiano, tornando a conexão e a comunicação mais naturais e afetuosas”, comenta Luzimara.

O Instituto Não Me Esqueças, que integra a Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz), atende gratuitamente 190 famílias em atividades regulares e, no último ano, contabilizou mais de 7 mil atendimentos incluindo palestras abertas a toda a comunidade, grupos de apoio e terapia comunitária.

A entidade foi fundada pela presidente da Febraz, Elaine Mateus, que reforça a importância do projeto: “O MusicalMente é terapia e um movimento pelo direito das pessoas com Alzheimer de continuarem existindo como indivíduos, com suas memórias, gostos e identidade preservados. Pesquisas comprovam que nossas músicas favoritas ativam áreas do cérebro que permanecem funcionais, promovendo respostas emocionais e resgatando lembranças. Esse impacto melhora significativamente a qualidade de vida.”

Entre as metas do MusicalMente para os próximos 12 meses estão a realização de pelo menos 1.000 atendimentos, a criação de um catálogo com 20 músicas personalizadas e o desenvolvimento de materiais educativos para orientar familiares e cuidadores sobre o uso da música como ferramenta terapêutica. Conheça mais sobre o MusicalMente no site do Instituto Não Me Esqueças.