Bloco Filhas da Mãe: O Carnaval como espaço de inclusão

Em meio ao brilho e à alegria do Carnaval, um coletivo de Brasília traz para a festa um tema transformador. O propósito do Bloco Filhas da Mãe é tirar da invisibilidade o cuidado não remunerado, em especial no contexto das demências.

Criado em 2020, o Filhas da Mãe une cuidadoras familiares, ex-cuidadoras, amigas e vizinhas para promover o direito ao cuidado, à memória e à celebração. Ao participar da festa levantando essa bandeira, elas reivindicam o direito de quem cuida ao pertencimento.

“Carnaval é inclusão, é ocupação das ruas, é estímulo à memória individual e coletiva. É brincadeira e arte popular. Quem cuida de um ou mais familiares tem o direito ao riso, à brincadeira e à alegria”, afirma Cosette Castro, psicanalista, jornalista e uma das criadoras do grupo. Com sua marchinha “Ninguém Solta a Mão de Ninguém”, composta por André Barbosa Filho, o Filhas da Mãe reforça uma pergunta essencial: quem cuida de quem cuida?

O bloco tem o seu próprio calendário de folia, ocupando o espaço público em diferentes momentos. O esquenta do Carnaval 2025 está marcado para 16 de fevereiro (domingo), no Beco da Infinu (Asa Sul), animado pela Fanfarra Capivareta Repercussiva. A programação inclui oficinas gratuitas, como a de customização de camisetas.

A iniciativa é um convite aberto para que outros grupos se inspirem e conquistem espaços de inclusão e apoio aos cuidadores familiares Brasil afora. O Bloco Filhas da Mãe mostra como podemos nos apoiar simplesmente criando oportunidades de encontro e alimentando empatia.